Em 1958, na Jamaica, artistas começam a misturar a música negra americana com os estilos tradicionais da ilha. Essa mistura de ritmos foi evoluindo até se converter no que se denominou SKA. Esse ritmo tinha duas características principais: a forma energética como era dançada e os RUDE BOYS , que não eram bem aceitos perante a sociedade por suas ligações com o mundo marginal, pelas confrontações com a polícia, e pelo consumo excessivo de maconha. O rude boy pode ser considerado o primitivo skinhead pelo seu modo requintado de vestir-se, imitando seus ídolos de filmes de gangster.
Em 1962 a Jamaica consegue independência da Grã-Bretanha à que se segue uma etapa de festa na qual se desenvolve o ROCKSTEADY e posteriormente o REGGAE. Também durante esse período, muitos jovens jamaicanos emigraram para a Grã-Bretanha e com eles a sua música. Estes rude boys juntaram-se aos MODS, que eram jovens amantes da música negra. Esses últimos iriam sofrer a era do hippismo que percorreu a classe média no final da década de 60. Dessa forma os mods desapareceram como movimento juvenil massivo na década de 70, porém os mais fiéis seguidores da música negra e principalmente os que pertenciam a famílias de classe operária rejeitaram essa onda, e passaram a serem denominados HARD MODS.
Rude boys e hard mods misturavam-se nas ruas, pubs e festas e como fusão de ambas as culturas surgiram os SKINHEADS. Devido ao sucesso da Inglaterra no mundial de futebol de 1966, muitos jovens começaram a ir aos estádios. Logo nasceram as torcidas e explodiu a violência entre elas. Nas bancadas viam-se cabeças raspadas brancas e negras juntas, pois os skinheads participaram do nascimento dos HOOLIGANS.
Na parte musical, o SKINHEAD REGGAE, como é conhecido o reggae original muito ligado aos skinheads, começa a tocar com força nas paradas inglesas. Porém, por volta de 1971, o reggae segue caminhos que não interessam muito aos skinheads, que então concentram-se no ska.
O movimento skinhead que tomara força (devido em parte à sua oposição aos hippies, que consideravam filhinhos de papai da classe média e afastados da realidade social) foi enfraquecendo junto ao ska e outras músicas jamaicanas. Em meados dos anos 70 o movimento apenas se encontrava em âmbitos reduzidos. Nessa época, enquanto o desemprego e a desesperança cresciam, surgia um novo estilo de música, o PUNK ROCK, que infectou as ruas e criou um estilo de vida próprio, nasceram os PUNKS. Os skinheads logo se interessaram por este novo estilo musical e fizeram-se os mais fiéis seguidores junto dos punks. Os skins mudaram o seu visual fazendo-o mais rebelde e provocativo (nascem os BOOTBOYS) afastando-se das suas origens jamaicanas. Pode-se dizer que há dois tipos de skins, os do “spirit of 69” e os da era punk.
O Punk logo perdeu aquele espírito de rebelião que teve ao nascer. Porém, em 77 apareceu uma nova geração de grupos como SHAM 69, ANGELIC UPSTARTS, BLITZ, CRASS, INFA RIOT, etc. O então jornalista de “Sounds” Garry Bushell foi praticamente o único a escrever sobre esta música, conhecida nas ruas como street punk ou reality punk, e denominou-a OI! inspirado no tema Oi! Oi! Oi! do COCKNEY REJECTS. Pela primeira vez dava-se oportunidade aos skins para fazerem sua própria música.
A tentativa dos punks e também dos skins de provocarem à sociedade levou a erros como o de "enfeitarem-se" com símbolos nazistas, embora fosse somente para provocar ou ser o mais “mau”. Os partidos fascistas ingleses como o BNP ou National Front aproveitando este exibicionismo punk e skin, e espalhando confusas mensagens nacional-socialistas para os operários, conseguem desligar grande parte de skins e punks (esses últimos em menor medida) e assimilá-los na ultradireita. Aliás, estes partidos eram os únicos a ver os skinheads como indivíduos com valor e pareciam dar-lhes um futuro, pois a sociedade via os skinheads como corja de classe operária sem valor e que só causavam danos à sociedade. A National Front consegue que as suas juventudes fascistas se vejam refletidas na estética skin (cabelo curto, botas,...) e acabam adotando-a em 1980-1981 (também havia nazi-punks, mas foram em menor número, pois a sua imagem não ficava bem com as suas idéias). Tudo isso foi apoiado pelos meios de comunicação que se importavam mais com o sensacionalismo do que com a veracidade das notícias.
Muitos skins opuseram-se a isto, tendo idéias opostas aos nazistas, nascendo assim os REDSKINS. Ao passar do tempo, eram mais os nazistas a se disfarçarem de skins, em boa parte devido aos meios de comunicação que espalharam esta falsa imagem dos skins por todo o mundo. Havia uma pequena cena rock nazista capitaneada por Skrewdriver. A música que faziam era basicamente a mesma que Oi!, mas as bandas preferiam frisar a diferença com o Punk em geral empregando o termo R.A.C. (Rock Against Comunism = Rock Contra o Comunismo).
Criaram-se então, associações para espalhar e divulgar a autêntica imagem skinhead. Em 1988 nasceu S.H.A.R.P. (Skin Heads Against Racial Prejudice - Skinheads Contra o Preconceito Racial)) promovida por alguns grupos anti-racistas de skinheads norte-americanos. S.H.A.R.P. é uma organização apolítica com os únicos princípios de anti-racismo e antifascismo. Em 1993 como conseqüência de um incidente provocado por supostos membros da S.H.A.R.P., cria-se em Nova York o R.A.S.H. (Red & Anarchist Skin Heads) formada por skinheads anarquistas e comunistas, renunciando ao apoliticismo da S.H.A.R.P.
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